As equipes de Polícia Militar de Sorriso resgataram 25 cães e gatos, ontem à tarde, após denúncias de maus-tratos em imóvel no bairro Mário Raiter. As informações foram levantadas pelo Núcleo Integrado de Fiscalização (NIF). Consta, no boletim de ocorrência, que o proprietário da casa (onde os animais eram mantidos) presta serviços como motorista de cargas e estaria fora há mais de uma semana. Vizinhos passaram a ouvir latidos regulares e informaram o caso às autoridades. Devido à impossibilidade de acesso pelas laterais, foi solicitado o apoio do Corpo de Bombeiros para destravar o portão frontal. Durante a checagem ao local, os militares encontraram um cão morto e os demais em condições insalubres, sem alimento e água. Segundo o NIF, todos foram encaminhados ao canil municipal, ficando à disposição do órgão competente. O tutor dos animais não foi localizado. O caso passa a ser investigado pela delegacia municipal.
Fraudes podem ter prejudicado saúde de muitas pessoas, diz delegado; laboratórios fechados em Cuiabá, Sinop e Sorriso
Fraudes podem ter prejudicado saúde de muitas pessoas, diz delegado; laboratórios fechados em Cuiabá, Sinop e Sorriso O delegado da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Rogério da Silva Ferreira, informou, há pouco, que durante as buscas na sede da rede de laboratórios Bioseg, investigado por fraudes em exames de centenas de pacientes, de diversas cidades, na operação Contraprova, que todos as provas apreendidas hoje serão submetidos a análise, incluindo computadores e celulares. “Os fatos são graves, há temor que essa conduta possa ter prejudicado a saúde e a vida de diversas pessoas, principalmente pacientes dos SUS”. A operação foi em Cuiabá, Sinop e Sorriso, com ordem judicial para interditar os laboratórios. O delegado disse que “as investigações demonstraram que as amostras recebidas e coletadas pela rede de laboratório eram pura e simplesmente descartadas sem a realização das análises, e que um dos suspeitos, que foi preso hoje, falsificava os resultados dos laudos, colocava resultados dentro da normalidade, e com isso emitia laudos totalmente falsos e que não amparavam os médicos no tratamento de seus pacientes”, disse Rogério, acrescentando que depoimento de médicos apontaram que esses resultados “não condiziam com quadro clínico que os pacientes apresentavam”, afirmou. Os exames eram de covid-19, toxicológico e de doenças como sífilis, HIV e hepatites e de pacientes em homecare. De acordo com delegado, há situações graves como o caso de uma menina de 5 anos, ferida em acidente em uma cidade, que era paciente do laboratório. “Ela ficou internada em Cuiabá, depois passou para tratamento em home care.” “Ex-funcionários dessa rede de laboratórios disseram que todos os laudos, todos os exames, que essa criança fez foram falsificados pelos sócios da empresa. Essa criança veio a óbito em dezembro de 2024. Não há uma correlação entre os fatos, pelo menos não ha correlação ainda entre o fato dos laudos terem sido falsificados e o falecimento. O estado dela era grave, mas isso não deixa de dar uma gravidade à conduta dos sócios da empresa”, afirmou o delegado Rogério da Silva Ferreira. Os suspeitos serão investigados, em tese, por “estelionato, peculato, associação criminosa e outros delitos”. O delegado disse que a rede atendia cerca de 50 pessoas por dia que eram encaminhadas por órgãos públicos. O Bioseg tem contratos para prestar serviços para as prefeitura e a câmara de Cuiabá e a prefeitura de Sinop. Nas buscas, hoje, ele afirmou que “foram encontrados contratos com diversas prefeituras e outros órgãos públicos”. “Entre as anotações, valores como, por exemplo, de mais de R$ 2 milhões da prefeitura de Cuiabá para o laboratório, anotações de mais de R$ 100 milhões em fundos e inúmeras planilhas e dados, por exemplo, foram encontrados nomes de diversos vereadores de Cuiabá. Isso não quer dizer que esses vereadores tenham envolvimento com os fatos praticados pelo laboratório, uma vez que a câmara de vereadores possui contrato com a empresa. É possível que essa lista com nomes de diversos vereadores signifiquem que eram gabinetes pelas quais a empresa prestava serviço por meio de contrato com a câmara”. “Durante a prisão de um dos suspeitos, de um dos sócios, ficou sabendo também que ele estava ocupando o cargo de assessor parlamentar de um vereador da câmara de vereadores de Cuiabá”, declarou, em entrevista coletiva. Outro lado A prefeitura de Sorriso informou, em nota, “que tem ata de registro de preços ativa com a empresa Bioseg Segurança do Trabalho S.A., cujo CNPJ é diferente da empresa alvo da operação Contraprova, o Laboratório Bioseg. A ata da Prefeitura de Sorriso com a Bioseg Segurança do Trabalho tem como objeto a contratação dos serviços de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, programas e laudos em atendimento ao Ministério do Trabalho e Emprego, bem como atendimentos clínicos e emissão de arquivo digital para atendimento ao e-social, com as informações de segurança e saúde do trabalho, realização de exames médicos ocupacionais, com fornecimento de aplicativo de coleta de dados online/offline e software de gerenciamento de dados em segurança e saúde. O valor global licitado chega a R$ 1.2 milhão. “Este é o teto que permite ser gasto durante a vigência de todo o contrato, mas não implica, de forma alguma, a utilização obrigatória total deste valor. Em Sorriso, a empresa Bioseg Segurança do Trabalho utiliza outro laboratório para fazer os exames laboratoriais e não o Laboratório Bioseg, alvo da operação”, diz a prefeitura. A assessoria da prefeitura de Sinop informa que “não foi notificada de qualquer operação judicial envolvendo a empresa Bioseg Segurança do Trabalho S.A.; mantém uma relação contratual de prestação de serviços coma referida empresa; o contrato foi firmado em julho de 2022, com vigência até julho de 2026; é executado por estimativa de serviços realizados e tem uma média mensal de pagamentos efetuados no valor de R$ 123 mil”. “Ressalta, ainda, que os serviços contratados são relacionados à exames admissionais, demissionais, ocupacionais, como gerenciamento de afastamento temporário e todos os demais procedimentos que envolvam a medicina do trabalho, à segurança do servidor e as obrigações da empresa”.
Justiça suspende ‘festa do peão’ após contrato milionário para shows de Zezé di Camargo, Naiara Azevedo e outros sertanejos
Custo total estimado para o evento ultrapassa R$ 2,2 milhões. O município tem menos de 50 mil habitantes e apresentou déficit orçamentário no primeiro semestre de 2025, segundo o Ministério Público. Justiça de Mato Grosso determinou, nessa quarta-feira (13), a suspensão da Festa do Peão em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, devido ao contrato de R$ 2,2 milhões para a realização do evento e cerca de 75% da quantia para a realização de shows nacionais. As apresentações estavam previstas entre os dias 27 e 31 de agosto. Cada show custaria os seguintes valores aos cofres públicos: Zezé Di Camargo: R$ 500 mil Naiara Azevedo: R$ 400 mil Cleber & Cauan: R$ 270 mil Humberto & Ronaldo: R$ 233 mil Wesley & Conrado: R$ 120 mil Serginho Pinheiro: R$ 50 mil O g1 encontrou em contato com a prefeitura para saber os valores já pagos aos artistas, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Segundo o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), responsável pelo pedido de suspensão, há indícios de ilegalidade e falta de razoabilidade no uso de recursos públicos, especialmente diante da situação financeira do município, que tem menos de 50 mil habitantes e apresentou déficit orçamentário no primeiro semestre de 2025. Conforme a ação do MP, a prefeitura firmou um convênio com a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT) para receber R$ 2 milhões do governo, com contrapartida municipal de R$ 200 mil. No entanto, a Lei Estadual nº 12.082/2023 estabelece que o limite máximo de repasse para esse tipo de evento é de R$ 600 mil, salvo mediante autorização expressa do governador, documento que não foi apresentado pelo município. A reportagem também entrou em contato com o governo do estado, mas não obteve retorno. O MP aponta ainda que a prefeitura não prestou esclarecimentos sobre a origem da contrapartida e a viabilidade financeira da realização do evento diante do cenário de desequilíbrio fiscal. Decisão Na decisão, o magistrado cita que a justificativa do município deve demonstrar como a despesa se alinha ao princípio da economicidade previsto na Constituição Federal. Em caso de descumprimento da liminar, foi fixada multa de R$ 50 mil. O juiz determinou também que o município apresente a autorização expressa do governo para o repasse e comprove a origem orçamentária dos R$ 200 mil de contrapartida municipal. “O perigo de dano é evidente, considerando a iminência do evento”, afirmou o magistrado, destacando que parte das contratações já havia sido iniciada, com processos de inexigibilidade de licitação para os shows e pregões eletrônicos para montagem de estrutura.
Hytalo Santos é preso em SP após denúncias de exploração e sexualização infantil
Hytalo era investigado desde 2024 por supostamente utilizar crianças e adolescentes em vídeos sensuais para atrair seguidores e promover sorteios O influenciador digital Hytalo Santos foi preso em São Paulo, nesta sexta-feira (15/8), em uma casa em Carapicuiba, na Grande São Paulo. Ele é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e Ministério Público do Trabalho (MPT) por exploração e exposição de menores de idade nas redes sociais. O caso ganhou repercussão após denúncias do youtuber Felca sobre casos de “adultização” de crianças e adolescentes. Hytalo era investigado desde 2024 por supostamente utilizar crianças e adolescentes em vídeos sensuais para atrair seguidores e promover sorteios. Denúncias de vizinhos e a exposição feita pelo youtuber Felca aceleraram as ações judiciais, resultando na suspensão de seus perfis e na decisão pela prisão. A Justiça da Paraíba bloqueou o acesso de Hytalo às redes sociais na última terça-feira (12/8) e o proibiu de ter contato com os adolescentes citados nos processos. A decisão é em caráter provisório. A promotora Ana Maria França, do Ministério Público da Paraíba, solicitou também que os vídeos do influenciador que já estão no ar em diversas redes sociais sejam desmonetizados, ou seja, não possam dar retorno financeiro para o influenciador, a Justiça também acatou esse pedido Na quinta-feira (14/8), a Justiça da Paraíba apreendeu um computador e aparelhos celulares na casa do influenciador em João Pessoa. Desta vez, os policiais conseguiram acessar o interior do imóvel e tinham autorização para arrombar as portas, em caso de resistência e necessidade. De acordo com a defesa do influenciador, ele “não tinha conhecimento da execução de mandado de busca e apreensãoem uma das suas residências, até mesmo por tratar-se de medida judicial sigilosa”. Ainda de acordo com a defesa, já foi feito contato com a Justiça, e o influenciador está à disposição para esclarecer o caso e nega todas as acusações. “[Hytalo] reitera que jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes e que tudo restará definitivamente provado no curso da investigação e perante o público que nele confia e o acompanha nas redes sociais”, afirma o advogado em nota.